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Segurança da Informação: Por que deve ser uma preocupação das Startups?

Escrito por Priscila Meyer | 21/06/21 03:00

Priscila Meyer

Inovações e avanços, desenvolvimento de tecnologias viabilizando novos produtos e serviços, um ritmo crescentemente mais dinâmico e conectado e a constante expansão das possibilidades e oportunidades.

Se, por um lado, há uma grande quantidade de benefícios proporcionados pela evolução tecnológica. Por outro, ela inaugura, amplia e aprofunda técnicas, planos e estratégias visando a quebra da Segurança da Informação e ao acesso de dados sensíveis e informações sigilosas.

Cada vez mais sutis e sofisticados, os cibercrimes não se restringem às grandes instituições e organizações. Pequenas e médias empresas têm progressivamente recebido mais atenção de hackers, sofrido mais ataques e, consequentemente, mais prejuízos.

As Startups, encabeçando um cenário tão dinâmico, inovativo e destacado, acabam direcionando seus investimentos e recursos ao rápido lançamento de produtos e serviços. Ou seja, tudo isso ao passo que negligenciam os sistemas de segurança que protegem dados e informações.

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude, mais de 90% dos golpes são aplicados contra empresas com faturamento abaixo de 5 milhões. Esse levantamento indica, ainda, que só no primeiro semestre de 2021, o Brasil já havia registrado mais de 1 milhão de tentativas de fraudes. Ou seja, a cada 15,5 segundos, um brasileiro é vítima da tentativa de uma fraude conhecida como roubo de identidade. Neste caso, os criminosos, dispondo de dados pessoais de outras pessoas, procuram adquirir créditos e financiamentos ou negociar sob falsidade ideológica. 

Por que conscientizar os usuários é a chave para aumentar a segurança?

Um recente estudo da IBM apontou o erro humano como sendo a principal causa das 95% de violações de segurança. Em outras palavras, 19 das 20 violações analisadas no estudo, não teriam acontecido se não houvesse erro humano.

Aliás, a ausência de uma consciência e um maior conhecimento acerca da segurança da informação e da privacidade das pessoas, contribui diretamente para o contínuo sucesso de golpes, brechas e invasões nos sistemas. 

Dados, informações, processamento e a análise configuram a centralidade dos negócios atuais. Já sobre estratégias, campanhas, ações, estruturas, processos, cultura, com todos os níveis organizacionais de uma empresa baseando-se em métricas geradas a partir da análise de dados, como desconsiderar a conscientização dos usuários acerca da segurança de toda a cadeia cibernética e dos riscos em seus comportamentos?

Ainda assim, existe uma grande quantidade de empresas que, não apenas ignoram a implementação de um programa específico e regular de conscientização mas, também, não endossam o valor de serem adotados treinamentos envolvendo a segurança da informação.

A seguir, vamos te dar 4 razões para mudar essa mentalidade e, então, iniciar um programa de treinamento que levará aos usuários, a conscientização que os permitirá reduzir as chances da empresa sofrer com golpes:

1. Evitar prejuízos financeiros

As novas tecnologias trazem possibilidades que nem sempre utilizamos para fins lícitos. É por isso, que a cada dia aumenta o número de notícias sobre vazamentos de dados e golpes na internet.

De acordo com o relatório do FBI sobre crimes na internet, mais que dobrou a quantidade de reclamações envolvendo crimes cibernéticos. Nesse caso, totalizando um aumento de 1 milhão de queixas no período entre março de 2020 e março de 2021.

Em 2019, um estudo do Massachusetts Institute of Technology apontou aumento de 493% no vazamento de dados no Brasil. Mais de 205 milhões ocorreram de forma criminosa. (fonte: VoceSA). 

Conscientizar usuários

Os usuários não deveriam se alertar apenas sobre a importância da proteção de seus dados e preservação da privacidade, mas sim, com um treinamento para saber como e o que fazer. Assim, podem evitar brechas e ameaças.

Também é indicado implementar um programa de conscientização periódico que, promovendo treinamentos bem estruturados, contemple desde a criação e uso de senhas fortes, alteradas frequentemente, até o emprego da autenticação por dois fatores.

Além disso, é importante trazer ao conhecimento dos usuários, técnicas de engenharia social. Ou seja, ficar por dentro das técnicas mais usadas nas práticas de ações maliciosas, por exemplo: phishing, vishing, smishing.

Com tamanha presença, demanda e interação via redes, não há outro caminho senão o que garanta aos usuários, melhor preparação e comportamento mais indicado para se evitar cair em golpes que provavelmente trarão impactos e prejuízos às startups.

Ao longo das décadas, profissionais de segurança estabeleceram séries de estruturas e padrões, oficializando-os e concentrando-os em guias que elencam práticas que melhor preservam a cibersegurança.

Exemplos como o do NIST Cybersecurity Framework (NIST, 2018a), o OWASP Security Knowledge Framework (OWASP, 2015) e o padrão ISO / IEC 27001 representam boas contribuições sobre como podemos começar a discutir adequações que podem prevenir contra brechas em seus sistemas de segurança, e o consequente vazamento de dados e informações.

Não obstante, é complementar recorrer às diversas definições de políticas, como: Política de Privacidade, Termos e Condições de Uso, Política de Segurança da Informação, Política de resposta a incidentes de segurança, Política de controle de acesso, Política de BYOD, Política de Tela e Mesa Limpa, Política de Backup, Política de Uso de Criptografia, Política de Proteção contra Códigos Maliciosos, Política de Uso de E-mail e Comunicadores Instantâneos, Política de Acesso Remoto, entre outras.

Solicite o contato de um de nossos especialistas e saiba porque a segurança da informação deve ser uma preocupação das startups.


2. Aderindo às leis e regulamentações 

Desde antes de um produto ou serviço ser lançado, a Segurança da Informação se envolve e se relaciona com a totalidade de uma empresa. Sendo assim configurada como parte fundamental de qualquer tipo e ramo de negócio que seja maduro analiticamente e alinhado às demandas dos tempos atuais. 

Sendo assim, aproveitar uma estrutura de negócios flexível, dinâmica e em estado inicial, deve ser visto como uma vantagem competitiva para se enquadrar às obrigações exigidas por leis e regulamentações. 

Em uma economia cada vez mais guiada por dados, leis e regulamentações servem como norteadoras para a padronização de cadeias informacionais mais seguras. 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) surge em um contexto no qual é iminente o risco de ataque hacker e ininterrupto o aprimoramento do que poderá ser utilizado na criação de brechas na cibersegurança das empresas. 

Dessa forma, a empresa pode ser a responsável em caso de vazamento de dados. Portanto, podem incluir programas de conscientização dedicados aos seus usuários como uma medida protetiva, servindo para demonstrar a sua boa-fé e esforço no sentido de ter buscado prevenção, sendo levada em consideração ao calcularem o valor da multa.

É muito importante destacar que a LGPD não faz distinção com relação ao tamanho da empresa. A nova legislação é ampla e abrange todos os negócios que processam informações pessoais e tratam esses dados de modo a ter um proveito econômico. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) está aguardando uma nova regulamentação, que seria mais específica e adequada. Tudo conforme a categoria das PMEs.

Por ora, pequenas e médias empresas continuam obrigadas a se adequarem aos requisitos legais previstos na legislação vigente. Mesmo que não faça parte do modelo de negócios.

3. Preservar sua imagem perante investidores, mercado e clientes

É importante mencionar que investidores avaliam a maturidade dos projetos de adequação à LGPD antes de aportar nessas empresas. Portanto, estar em conformidade com as leis é parte estratégica dos negócios.

Desse modo, as startups não apenas se blindam juridicamente, mas nutrem a confiança entre seus investidores.

Mesmo com recursos e investimentos enxutos, é crucial às Startups integrarem a Segurança da Informação em seus modelos de negócio. Trata-se de um investimento determinante, não apenas para a sobrevivência do negócio, mas, para sua reputação frente ao mercado, investidores e clientes. 

Em uma conjuntura tão dinâmica e cada vez mais digital, qualquer despreparo, desatenção ou desaviso poderá comprometer toda a estrutura dos sistemas de segurança.

Ou seja, esses despreparos podem trazer danos irreparáveis à credibilidade da empresa. É básico adotar e promover programas de conscientização de equipes e usuários porque serão os responsáveis por padrões de comportamentos mais seguros, lúcidos e responsivos.

Uma empresa dar à Segurança da Informação a atenção e o cuidado adequados, alinhados à importância do que representam atualmente, revela mais do que uma organização íntegra, moderna e funcional. Ela mostra-se digna de confiança e investimento, demonstra preocupação com seus colaboradores, clientes e usuários, fortalecendo sua reputação ao ponto de tornar-se referência no mercado.

4. Aumentar a segurança dos funcionários

O treinamento envolvendo a conscientização sobre a privacidade dos usuários, é uma prática que reverbera em várias esferas da vida. Com o fato de, cada vez mais, atividades e funções sendo exercidas de casa, os campos profissional e pessoal se misturando, os ganhos são indispensáveis.

Em outras palavras, saber sobre a importância de procedimentos de segurança, o que são capazes de prevenir e evitar, e sua efetividade, significa benefício para a totalidade da empresa.

Para tornar o usuário um elemento na defesa das redes, dados e sistemas, é preciso mudar esse pensamento de que representam o elo mais fraco na corrente da cibersegurança.

O conteúdo dos programas de conscientização, entre outros pontos, deve esclarecer regras e procedimentos, além de informar sobre novidades, novas ameaças, estratégias e táticas, os métodos empregados e quais os riscos possíveis.

A realidade das startups, seus modernos espaços de trabalho e sua inspiração empreendedora e inovadora, requerem a implementação de medidas que diminuam vulnerabilidades em seus modelos de negócio e em sua cadeia de produção. Contudo, é preciso fazer com que os funcionários possam agir de forma ágil, responsável e segura, reforçando as medidas de proteção disseminadas entre eles.

Temos que levar em consideração as características de seus ambientes e rotinas para implementar uma cultura organizacional, além de orientar a gestão da segurança da informação e da qualificação do fator humano e de seu próprio comportamento.

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