A Eskive participou como expositora, entre os dias 11 e 12 de março, do 2º Congresso de Prevenção e Repreensão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária — evento organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Após o sucesso da edição anterior, o Congresso Febraban 2025 reuniu players do setor para discutir como combater a fraude bancária, golpes do Pix e outras ameaças ao sistema financeiro nacional.
Responsável pela cerimônia de abertura, Isaac Sidney, presidente da associação, ressaltou que os prejuízos causados pelo crime cibernético atingiram a marca dos R$ 10,1 bilhões em 2024, um número histórico e preocupante. Segundo o executivo, estamos enfrentando uma verdadeira “epidemia” de golpes financeiros e fez um apelo para uma maior colaboração não só entre as empresas, mas também entre o setor público e privado.
“Não podemos fechar os olhos para esse problema. Temos que encarar esses delinquentes digitais da mesma forma que tratamos quem comete um crime hediondo”, ressaltou Sidney. O diretor ressaltou ainda que as fraudes já não se limitam diretamente ao setor bancário, mas também outros segmentos econômicos como comércio varejista, telecomunicações. “Ou nós nos unimos ou nós vamos sucumbir”, conclui.
Este é o primeiro artigo de nossa cobertura sobre o evento. Caso queira ler também a 2ª parte, focada em insights tecnológicos, clique no banner abaixo.
Fraudes bancárias: correndo atrás do prejuízo
Ao longo dos dois dias de congresso, foram discutidas inúmeras iniciativas estratégicas e inovações tecnológicas que podem — e possivelmente irão — ser usadas ao longo dos próximos meses para mitigar as fraudes bancárias. Para Sidney, é necessário penalizar de forma mais rígida quem empresta sua conta bancária para movimentações fraudulentas (os famosos “laranjas”) e também responsabilizar os dirigentes de instituições bancárias que facilitem a abertura de novos cadastros para os criminosos.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, destacou as colaborações recentes com a Febraban, incluindo a Plataforma Tentáculos, que existe desde 2007 e centraliza inteligência sobre golpes bancários entre os bancos e a Polícia Civil. Já Mario Sarrubo, Secretário Nacional de Segurança Pública, comentou sobre a importância de educar a sociedade. “Não sei o que é mais perigoso hoje: uma criança sozinha na rua ou trancada em seu quarto com um celular”, exemplifica.
A visão global da Interpol
Quem também levantou preocupações sobre o aumento na quantidade e impacto de fraudes bancárias foi Valdecy Urquiza, secretário-geral da Interpol. De acordo com ele, chegamos a este ponto pelo fato de que o ambiente digital não impõe restrições geográficas para cooperações criminosas, de forma que sindicatos se tornam capazes de colaborar entre si na troca de inteligência e ferramentas para operações fraudulentas. Como exemplo, ele citou as frequentes parcerias de golpistas brasileiros e nigerianos contra a Europa.
Outros “culpados” pela “epidemia” de fraudes incluem o fato de que a internet é bem mais atrativa para os delinquentes por reduzir a sua exposição física durante a realização dos delitos, dificultando sua identificação e eventual prisão. Além disso, com o fraud-as-a-service (FaaS), até mesmo quem não possui conhecimentos técnicos em sistemas da computação conseguem elaborar golpes.
Urquiza ressaltou ainda que o trabalho da Interpol é justamente capacitar as forças policiais de seus estados associados para que eles possam colaborar em investigação e geração de provas — e, para isto, o órgão transnacional pretende, ainda este ano, lançar uma ferramenta de inteligência artificial para aumentar a eficiência do armazenamento e processamento de dados globais referentes a campanhas fraudulentas.
A culpa é do Pix?
Por diversos fatores, há uma certa crença generalizada de que o lançamento do Pix como principal método de pagamento no Brasil seja o principal responsável pelo aumento no número de fraudes financeiras.
O Pix, porém, está longe de ser o “vilão” da história, como explicado por Juliana Sandri, chefe do Departamento de Supervisão de Conduta do Banco Central. Para ela, é uma triste realidade de que sempre estamos “uns passinhos atrás” dos cibercriminosos, mas que precisamos correr atrás das inovações tecnológicas.
“Nós já tivemos isso no passado com boletos, cheques e cartões de crédito. Agora, as fraudes se adaptaram ao Pix, e o desafio é seguir evoluindo”, afirmou Sandri. A executiva reforçou as declarações de Sidney e apontou o grande número de contas-laranjas como um dos fatores que mais dificultam a tarefa de frear o cibercrime financeiro.
Insights e tecnologias
Apesar do cenário ser preocupante e aparentemente desesperador, o cenário de segurança bancária contra fraudes está repleto de oportunidades promissoras — e o congresso da Febraban serviu como palco para demonstrações e debates de várias dessas soluções.
Usos eficientes de inteligência artificial, melhorias na segurança de ambientes na nuvem e até mesmo computação quântica foram alguns dos assuntos levantados ao longo da agenda; sem falar, é claro, de iniciativas de conscientização contra a engenharia social.
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E, é claro, não se esqueça de que a Eskive já atendeu 4 dos 5 maiores bancos do Brasil, oferecendo jornadas educacionais para educar, mensurar e reportar o risco humano — inclusive com módulos temáticos para o setor financeiro. Converse conosco e agende uma demonstração!