Talvez você não tenha percebido, mas estamos vivenciando um período histórico que certamente será citado em livros didáticos das próximas décadas: a Quarta Revolução Industrial, ou simplesmente o nascimento da Indústria 4.0, como tal transição é popularmente conhecida. O conceito, a grosso modo, propõe o uso de novos conceitos tecnológicos para otimizar a cadeia produtiva e melhorar os processos industriais.
Isso inclui a implementação de uma vasta gama de soluções de TI que levam à automação e conectividade, incluindo, por exemplo, a inteligência artificial, os sensores inteligentes (IoT), a computação na nuvem (cloud computing), a análise de dados (big data) e assim por diante. Os benefícios incluem redução de custos, decisões estratégias mais assertivas, integração das operações e modularidade da manufatura.
Não seria um exagero dizer que a indústria 4.0 faz parte de uma revolução ainda maior que conhecemos como transformação digital — as empresas que não se adaptarem às novas tendências certamente ficarão para trás em um mercado cada vez mais competitivo. Contudo, não podemos nos esquecer que a implementação de novas tecnologias fatalmente resulta no surgimento de mais ameaças cibernéticas, fazendo com que a segurança digital se torne uma preocupação constante nesse segmento.
Se em 2021 o Brasil já ocupava a preocupante posição de 5° lugar no ranking mundial de países mais afetados por ciberataques (segundo levantamento da consultoria alemã Roland Berger), a situação se agravou ainda mais nos últimos anos. Hoje já somos o país latino-americano que mais sofre com o cibercrime, e, a nível global, ficamos com a “medalha de prata” na lista de nações mais vitimizadas com sequestros por ransomwares.
Logo após o varejista e o financeiro, o setor industrial aparece com frequência na lista de alvos mais frequentes, especialmente nas áreas de saúde, energia, petróleo e transporte. De acordo com dados apontados pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), o principal tipo de ataque reportado pelas empresas associadas é o phishing (39%), seguido por ransomware (25%), outros malwares (25%) e DDoS (17%).
São estatísticas altamente preocupantes. O ambiente industrial possui peculiaridades que o tornam especificamente difícil de proteger contra ameaças cibernéticas. O mais comum deles é o surgimento de brechas de segurança pela convergência entre tecnologias da informação (TI) com tecnologias operacionais (OT) antigas, que não foram originalmente projetadas para trabalhar com tal nível de inteligência ou conectividade.
Visto que processos industriais são invariavelmente críticos e não podem se dar ao luxo de parar para uma modernização completa, os profissionais da área precisam consertar essas brechas “on-the-go”, tentando não impactar a produtividade ou pausar processos que fazem parte do core business da empresa.
Também é interessante ressaltar os riscos envolvidos em um incidente cibernético em ambientes industriais. Um ataque bem-sucedido pode ter diversas consequências — roubo de informações confidenciais, vazamentos de dados de consumidores ou parceiros, interrupção de serviços (que invariavelmente ocasionará em uma reação em cadeia atrasando toda a supply chain) e até mesmo possíveis danos à integridade física.
Nesse amplo desafio que é a proteção das indústrias 4.0, o fator humano cumpre um papel primordial. Ter uma equipe de colaboradores treinados e conscientes dos riscos de segurança cibernética é importantíssimo para frear ataques que usam como principal vetor artimanhas de engenharia social. Tal como outros treinamentos de segurança no trabalho, investir em um programa de conscientização em cibersegurança é crucial para garantir um ambiente protegido e resiliente.
Quer saber como a Eskive pode lhe ajudar? Entre em contato!