A Páscoa 2025 está chegando e muitos internautas procuram promoções e oportunidades na internet, o que atiça os criminosos cibernéticos. Em busca de descontos em ovos de chocolate, cupons e brindes exclusivos, o usuário desatento pode acabar caindo em armadilhas cuidadosamente planejadas por cibercriminosos. É nesse cenário que o cibercrime sazonal ganha força, explorando o apetite por vantagens pontuais e a pressa típica de quem quer garantir ofertas antes que elas expirem.
Cibercrime sazonal é o conjunto de fraudes e ataques virtuais que se aproveitam de datas comemorativas ou eventos específicos para enganar as vítimas. Nessas ocasiões, o volume de buscas por produtos e serviços dispara, gerando tráfego intenso em redes sociais, aplicativos de mensagem e mecanismos de busca.
Além da Páscoa, outras datas comuns para golpes incluem a Black Friday, quando há picos de interesse por eletrônicos; o Natal, palco de promoções de fim de ano; o Dia das Mães, explorado por ofertas de flores e presentes; o Carnaval, usado para divulgar pacotes de viagens falsos; e o Dia dos Namorados, cenário ideal para falsas campanhas de jóias e flores.
Em todas essas ocasiões, os cibercriminosos criam iscas digitais que parecem legítimas, mas cujo único objetivo é roubar dados pessoais, infectar dispositivos com malware ou induzir ao pagamento de valores por produtos inexistentes.
As correntes do WhatsApp são velhas conhecidas dos brasileiros, mas a cada Páscoa elas ganham novas roupagens. Mensagens que prometem cupons de desconto em grandes redes de supermercados, vales-ovos gratuitos ou a chance de receber brindes personalizados se tornaram a principal isca para disseminar links maliciosos. Geralmente, o usuário é instruído a encaminhar a mensagem para um determinado número de contatos ou para um grupo específico.
Ao clicar no link, ele é levado a páginas que simulam sites oficiais, mas que na verdade hospedam scripts capazes de capturar dados de login, instalar adware ou gerar cobranças indevidas no celular. Além disso, o compartilhamento em massa faz com que a corrente se propague rapidamente, ampliando o alcance do golpe. Por isso, é fundamental desconfiar de qualquer mensagem que exija encaminhamento para receber prêmios.
Outro golpe clássico de cibercrime sazonal é a criação de sites falsos com ofertas imperdíveis. Em datas como a Páscoa, os criminosos registram domínios com nomes parecidos aos de grandes marcas de chocolates e supermercados. Nessas páginas, o internauta encontra banners chamativos com descontos de até 90% em ovos de chocolate, muitas vezes com a condição de preencher um formulário com nome, CPF, endereço e dados de cartão de crédito.
Após o cadastro nas promoções falsas, os dados vão para as mãos dos golpistas, que podem clonar cartões ou realizar compras em nome da vítima. Em alguns casos, o site exibe um falso progresso de estoque, afirmando que restam poucas unidades, para induzir a vítima a agir rapidamente. Sempre verifique o endereço da página, procure por selos de segurança e desconfie de preços muito abaixo do mercado.
Os sorteios falsos são uma isca eficiente porque exploram a expectativa de ganhar algo sem esforço. Na Páscoa 2025, não faltam postagens em redes sociais que anunciam “ovos de chocolate grátis” ou “vale-compras” em lojas renomadas. Para participar, basta curtir, compartilhar e marcar amigos nos comentários. Embora pareça inofensivo, esse engajamento gratuito ajuda os criminosos a aumentar o alcance de perfis falsos ou de baixa reputação.
Após seguir as instruções, a vítima pode receber uma mensagem privada solicitando dados pessoais para confirmar o “prêmio” ou um link que direciona para um formulário de phishing. Em outras ocasiões, o falso sorteio leva ao download de aplicativos maliciosos, que prometem revelar o resultado do concurso, mas instalam trojans capazes de espionar mensagens e clonar contas bancárias. Atente-se: promoções legítimas raramente exigem compartilhamento em massa ou dados sensíveis para a simples participação.
Não são apenas as redes sociais e o WhatsApp que servem de palco para o cibercrime sazonal. Mensagens de texto (SMS) e e-mails também entram na roda. Na Páscoa, circulam mensagens afirmando que o usuário tem um cupom de desconto exclusivo, com um link encurtado para acessar a oferta.
Ao clicar, além de ser direcionado para um site fraudulento, o internauta pode ter seu número cadastrado em serviços de assinatura paga, gerando cobranças mensais sem seu consentimento.
No e-mail, os criminosos enviam newsletters falsas com promoções imperdíveis, mas que escondem anexos infectados com ransomware ou malwares de espionagem. Para se proteger, não abra links ou anexos de remetentes desconhecidos e configure filtros de spam eficientes.
Com o crescimento dos serviços de delivery, surgiram também falsos aplicativos de entrega que prometem descontos especiais para a Páscoa 2025. Disponíveis em lojas de aplicativos não-oficiais, esses apps oferecem cupons de desconto muito atraentes para pedidos de chocolate. Após a instalação, eles solicitam permissões excessivas, como acesso à galeria de fotos, microfone e lista de contatos, para coletar dados sensíveis e instalar adwares que exibem anúncios indesejados.
Em casos mais graves, o app falso pode interceptar códigos de autenticação enviados por SMS, permitindo que o golpista assuma o controle de contas bancárias ou de carteiras digitais. Para evitar esse tipo de golpe, baixe sempre aplicativos de lojas oficiais e verifique as avaliações e a reputação do desenvolvedor.
Na Páscoa, cresce também o phishing direcionado em mídias sociais como Instagram e Facebook. Os perfis falsos de influenciadores e lojas famosas começam a publicar stories e posts sobre “promoções-relâmpago” de ovos de chocolate. Nos comentários, usuários relatam ter recebido mensagens diretas com links para participar.
Quando o internauta clica, é levado a uma página que solicita login na rede social para “confirmar identidade” e ganhar um cupom. Ao inserir usuário e senha, ele entrega o acesso da conta aos golpistas, que podem usar o perfil para espalhar ainda mais o golpe ou pedir dinheiro a amigos. Para se proteger, habilite a autenticação de dois fatores e desconfie de convites que exigem login fora do ambiente oficial da rede.
Para driblar o cibercrime sazonal, algumas boas práticas são fundamentais. Primeiro, desconfie de ofertas que parecem boas demais para ser verdade. Use sempre mecanismos de busca para verificar se há relatos de golpes associados à promoção ou ao site em questão. Mantenha sistemas operacionais e aplicativos atualizados, pois muitas vezes as atualizações corrigem vulnerabilidades exploradas por criminosos.
Instale um antivírus confiável e habilite filtros de spam no e-mail. Em grupos de WhatsApp, limite o compartilhamento de mensagens e confirme sempre com a fonte oficial antes de repassar qualquer corrente. Por fim, eduque familiares e amigos, especialmente os mais idosos, que costumam ser alvos preferenciais em datas comemorativas.
Mais do que evitar golpes, a chave para uma Páscoa 2025 segura está na educação e na conscientização de cada internauta. Reconhecer elementos suspeitos — como links encurtados, ofertas exageradamente vantajosas ou pedidos de compartilhamento em massa — é o primeiro passo para não se deixar enganar por “sorteios falsos”, “falso sorteio” ou “correntes do WhatsApp” maliciosas.
Ao fazer compras pela internet, verifique sempre a reputação do site, confira se o domínio corresponde à marca oficial e não forneça dados pessoais sem checar a procedência. A responsabilidade individual e o compartilhamento de boas práticas com familiares e amigos transformam-se em uma rede de proteção que dificulta a ação dos cibercriminosos.
Assim, ao manter-se informado e crítico diante das iscas digitais, você aproveita as promoções de Páscoa sem comprometer sua segurança e contribui para um ambiente online mais seguro para todos.