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Segurança

Plano de resposta a incidentes: o que é e como treinar executivos

Entenda quais são as fases de resposta a incidentes e a importância de elaborar um playbook que seja compreensível para todos.

Ramon de Souza

Ramon de Souza

(ISC)² Certified in Cybersecurity | Journalist | Author | Speaker

 min de leitura

 

Com o aumento no número de ameaças cibernéticas e a crescente digitalização das empresas, é crucial saber como agir rapidamente para garantir a continuidade dos negócios. Nesse contexto, um plano de resposta a incidentes é essencial para minimizar os impactos de uma falha de segurança. Mas, afinal, o que é esse plano e como treinar os executivos para agir corretamente?

O que é um plano de resposta a incidentes?

O plano de resposta a incidentes é um conjunto de diretrizes, procedimentos e boas práticas criadas para detectar, conter e remediar ameaças à segurança da informação. Ele define responsabilidades, fluxos de comunicação e estratégias de mitigação de riscos para evitar danos mais graves.

Trata-se de um ponto importantíssimo em qualquer estratégia de cibersegurança, uma vez que tal plano garante que sistemas e serviços críticos fiquem o menor tempo possível fora do ar, reduzindo impactos nas operações do core business. Quanto mais demorarmos para responder a um incidente, maiores são os impactos e mais difícil fica correr atrás dos eventuais prejuízos.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) reforça a necessidade desse tipo de planejamento, pois exige que organizações adotem medidas técnicas e administrativas para garantir a segurança de dados pessoais. O descumprimento dessas diretrizes pode acarretar sanções severas, incluindo multas elevadas e danos à reputação da empresa.

Quais são as fases de resposta a incidentes?

  • Identificação: esta etapa constitui-se na identificação do incidente através da monitoração de sistemas e logs para identificar atividades suspeitas. Também é aqui que o incidente é classificado de acordo com sua gravidade.
  • Contenção: aqui, os sistemas afetados são isolados para evitar que o ataque se propague. São implementadas medidas para mitigar os danos e para preservar evidências para futuras análises forenses e remediação.
  • Erradicação e Recuperação: é onde ocorre a remoção das ameaças — como malwares ou acessos não-autorizados — e a restauração de sistemas e serviços para a operação normal. Se necessário, são aplicados patches e reforços nas medidas de segurança.
  • Aprendizado e Melhoria Contínua: por fim, realizamos uma análise pós-incidente para compreender as causas do ocorrido, além de documentarmos as lições aprendidas, treinar as equipes envolvidas, implementar melhorias e atualizar o plano de resposta.

Playbook: o guia para resposta a incidentes

Um dos elementos mais importantes do plano de resposta a incidentes é o playbook, termo usado para descrever o guia que norteia os processos, procedimentos e responsabilidades necessários para gerenciar incidentes de maneira sistemática. Ele não apenas orienta a equipe técnica, mas também assegura que todos os envolvidos na organização estejam alinhados e saibam como agir em situações de emergência.

O que um playbook deve conter?

Um playbook de resposta a incidentes deve ser estruturado de forma lógica e conter todas as informações necessárias para orientar as ações da equipe. Elementos essenciais incluem:

  • Introdução e escopo: definição do propósito do playbook e sua aplicação. Escopo: que tipos de incidentes ele cobre (por exemplo, ataques de ransomware, vazamento de dados, falhas em sistemas críticos).
  • Papéis e responsabilidades: lista clara de todos os papéis envolvidos, desde o gerente de incidentes até os analistas técnicos. Descrição das responsabilidades de cada membro da equipe.
  • Processos e procedimentos: procedimentos detalhados para cada etapa da resposta, incluindo identificação, contenção, erradicação e recuperação. Passo a passo para gerenciar diferentes tipos de incidentes.
  • Contatos e escalação: lista de contatos-chave, incluindo membros da equipe de resposta, executivos, provedores de serviços e autoridades externas. Procedimentos de escalada de responsabilidades para incidentes mais graves.
  • Ferramentas e recursos: descrição das ferramentas e tecnologias disponíveis para detecção e resposta. Instruções para acessar e usar essas ferramentas.
  • Checklists: checklists simples para cada tipo de incidente, ajudando a garantir que nenhuma etapa seja ignorada.
  • Comunicação: modelos de mensagens para comunicação interna e externa. Orientações sobre como gerenciar a comunicação com a mídia, clientes e parceiros.
  • Documentação de incidentes: formulários e templates para registrar informações sobre o incidente, incluindo logs, ações tomadas e análises posteriores.

A importância de treinar executivos

Os executivos têm um papel estratégico na gestão de incidentes. São eles que tomam decisões rápidas e eficazes para conter e mitigar danos. Portanto, treiná-los adequadamente é essencial para garantir que o plano de ação seja implementado da melhor forma possível. Contudo, em muitas empresas, esse treinamento acaba sendo deixado de lado, o que impacta diretamente na eficácia dos planos de resposta.

De acordo com o Cyber Security Summit Report 2024/2025, apenas 20% das empresas conseguem restabelecer seus sistemas e serviços em menos de quatro horas — tempo considerado ideal. A maioria (43%) leva até dois dias para recuperar suas operações.

“Sobre as prioridades na resolução de crises, 77% dos respondentes consideram que o controle do incidente é o elemento mais importante na comunicação de crises e, em segundo lugar, 15% prioriza a transparência. Isso reforça a necessidade de equipes bem treinadas para equilibrar respostas técnicas e estratégicas, especialmente em casos de ransomware e vazamentos de dados”, conclui o relatório.

Conscientização executiva com a Eskive

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