Desde que o mercado entendeu que a coleta de dados na internet era um excelente negócio, a web virou uma verdadeira terra sem lei. Durante anos, fizemos cadastros sem saber exatamente o destino daquelas informações, permitimos o rastreamento de nossa navegação e nutrimos um grande poço de informações para corporações de todos os portes. O que dizer, então, das big techs, as empresas que “mandam” no mundo virtual?
Por muito tempo, as gigantes da tecnologia se aproveitaram da coleta massiva de dados pessoais para promover uma publicidade direcionada, aprimorar seus serviços e, claro, maximizar lucros. Empresas como Google, Facebook (agora Meta), Apple e Amazon utilizaram informações sensíveis dos usuários de maneiras muitas vezes questionáveis, levantando preocupações sérias sobre privacidade e segurança online.
No entanto, recentemente, um movimento em direção à privacidade e segurança dos dados tem ganhado força dentro dessas corporações. Esse movimento é parcialmente motivado por uma demanda crescente dos consumidores por mais controle sobre suas informações pessoais e, em parte, pela pressão regulatória e legislativa em várias partes do mundo. Se assim desejar, você pode enxergar isso como uma reparação histórica.
A questão é: mesmo com essas ferramentas de proteção à disposição, será que os usuários realmente se importam e sabem como utilizá-las?
A virada na política de privacidade
É claro que ninguém virou um anjo da noite para o dia. As big techs perceberam que demonstrar preocupação com a privacidade alheia pode ser um bom chamariz. Por isso, investiram pesado em recursos e ferramentas que ajudam os usuários a protegerem suas informações pessoais — e até hoje prosseguem otimizando essas funcionalidades, tentando equilibrar a coleta de dados com o direito fundamental do consumidor.
Vejamos, por exemplo, o Google Chrome, um dos navegadores mais populares do mundo. Ele agora oferece uma funcionalidade de verificação de senhas. Este recurso permite que os usuários verifiquem se suas senhas foram comprometidas em algum vazamento de dados. Ao visitar "Configurações" > "Senhas" > "Verificação de senhas", o Chrome analisa suas senhas armazenadas e avisa sobre possíveis problemas de segurança.
Com essa integração nativa, fica muito mais fácil manter uma postura segura em relação às suas passwords — basta verificar aquelas que foram violadas e modificá-las imediatamente. O browser conta ainda com um gerenciador de senhas próprio, mas é um consenso entre a comunidade de cibersegurança que é melhor adotar um software específico para tal finalidade do que confiar no navegador.
Apple e o desejo de ser um referência
Se a Google já demonstra uma pequena preocupação sobre o tema, a Apple não tem medido esforços e tem se posicionado abertamente como uma empresa focada na privacidade do usuário.
O iOS oferece diversos recursos para proteger dados pessoais. Na versão 14.0 e posteriores do sistema operacional, os usuários podem acessar "Ajustes" > "Privacidade" para gerenciar quais aplicativos têm acesso a informações sensíveis como localização, contatos, fotos e mais.
Outro recurso notável é o "App Tracking Transparency", que exige que os aplicativos requisitem a sua permissão antes de rastrear a atividade dos usuários em aplicativos e sites de terceiros.
Meta e a Central de Privacidade
A Meta, empresa-mãe do Facebook, Instagram e outras redes sociais, criou a Central de Privacidade para ajudar os usuários a gerenciar suas configurações de privacidade em ambas as plataformas.
A Central de Privacidade pode ser acessada nas configurações do Facebook e Instagram, onde os usuários podem ajustar quem pode ver suas postagens, controlar os dados compartilhados com aplicativos de terceiros e entender melhor como suas informações estão sendo usadas.
Incrivelmente, é possível até remover dados referentes ao seu histórico comportamental utilizado para publicidade direcionada — uma baita ferramenta para quem se sente desconfortável em visualizar, o tempo todo, anúncios referentes a pesquisas que realizou recentemente na web.
Não se esqueça da conscientização!
Mesmo com essas ferramentas à disposição, a eficácia delas depende da conscientização dos usuários sobre ameaças cibernéticas e como se defender.
Muitas pessoas ainda não compreendem a importância de proteger suas informações pessoais ou não sabem como usar as ferramentas disponíveis — e, nisto, um programa de conscientização sobre segurança digital pode fazer toda a diferença.
Um programa eficaz pode englobar educação continuada (informar regularmente os usuários sobre novas ameaças cibernéticas e práticas recomendadas de segurança), campanhas de sensibilização (utilizar redes sociais e outros canais para disseminar informações sobre a importância da privacidade online) e simulações realistas de ataques.
A Eskive, com 14 anos de experiência no mercado de conscientização e human risk reduction, desenvolveu uma metodologia altamente eficaz para garantir altos níveis de engajamento dos usuários. Caso a sua empresa esteja procurando uma solução prática e automatizada para criar uma jornada educacional consistente, não deixe de conversar com os nossos especialistas e descobrir como podemos ajudar!