Então você percebeu a importância de reduzir o risco do fator humano em sua estratégia de segurança da informação, e quer iniciar um programa de conscientização para os seus colaboradores? Parabéns — este é o primeiro passo para criar um ambiente de trabalho que prioriza as pessoas (human centric) e coloca a proteção de dados em primeiro lugar como um pilar da cultura corporativa!
Porém, embora seja animador que muitas empresas brasileiras estejam finalmente enxergando a importância de investir em treinamentos de cibersegurança, é comum que muitas delas o façam sem “preparar o terreno” antes. Muitas simplesmente acreditam que, assim como no ferramental técnico, basta comprar uma solução (hoje em dia automatizada) e ver a mágica acontecer sem o mínimo de supervisão e/ou intervenção.
Por mais que, a exemplo, a plataforma Eskive desonere sua equipe ao oferecer jornadas de aprendizagem automatizadas e relatórios executivos de fácil compreensão, será difícil tirar 100% de proveito desses benefícios caso você não adote algumas medidas com antecedência. E isso inclui estabelecer uma política de segurança da informação (PSI) abrangente, processos bem estruturados e métricas claras.
O primeiro passo: uma política assertiva
As políticas de segurança da informação são o alicerce de qualquer programa de conscientização. Afinal, são elas que definem as regras e as diretrizes que os colaboradores devem seguir para proteger os ativos de informação da empresa. Sem políticas claras e de fácil entendimento, os funcionários podem não entender suas responsabilidades ou as melhores práticas para manter a segurança.
Uma PSI eficaz deve incluir vários componentes essenciais. Primeiro, é crucial definir claramente os objetivos e o escopo da política, estabelecendo o propósito e os ativos de informação que ela abrange. Em seguida, é importante especificar as responsabilidades de todos os níveis da organização, desde a alta administração até os funcionários. A classificação da informação deve ser estabelecida para categorizar diferentes tipos de dados (por exemplo, confidencial, interna, pública) e definir regras para o tratamento de cada categoria.
O controle de acesso precisa ser rigoroso, definindo como os acessos aos sistemas e informações serão controlados e monitorados. Além disso, deve-se descrever os procedimentos para relatar e responder a incidentes de segurança, estabelecendo um gerenciamento de incidentes eficaz. Por fim, incluir diretrizes para programas contínuos de treinamento e conscientização é vital para manter a política viva e eficaz.
É importante ressaltar que o desenvolvimento e a implementação das políticas requerem o envolvimento ativo da alta administração, garantindo que haja suporte e participação no processo.. Além disso, envolver toda a equipe na criação das políticas ajuda a assegurar que elas sejam práticas e aplicáveis. A comunicação eficaz dessas normas é essencial, garantindo que todos os funcionários as compreendam e as aceitem.
Processos: colocando as ideias na prática
Os processos e procedimentos traduzem as políticas de segurança em ações práticas e repetíveis. Eles fornecem um guia passo a passo sobre como implementar e manter as medidas de segurança no dia a dia da empresa. Processos definidos são cruciais para garantir a consistência e a eficácia das práticas de segurança.
Os principais processos a serem estabelecidos incluem a gestão de identidade e acesso, que envolve criar, gerenciar e revogar acessos aos sistemas, e a gestão de riscos, que trata da identificação, avaliação e mitigação de riscos de segurança. O gerenciamento de vulnerabilidades é outro processo essencial, responsável pela identificação, avaliação e correção de vulnerabilidades nos sistemas.
A resposta a incidentes deve ser detalhada, com procedimentos claros para detectar, responder e recuperar de incidentes de segurança. Processos de backup e recuperação de dados garantem que dados críticos sejam regularmente copiados e possam ser restaurados em caso de perda. Por fim, auditoria e conformidade são importantes para monitorar o compliance com políticas de segurança e regulamentações.
Métricas: definindo os KPIs e objetivos
Iniciativas de redução do risco humano devem trazer resultados claros e que sejam facilmente observados pelos responsáveis por sua implementação. Para garantir que o programa de conscientização em segurança da informação seja eficaz, é fundamental medir o engajamento dos funcionários e o impacto das iniciativas de segurança. As métricas ajudam a identificar áreas de melhoria e a demonstrar o retorno sobre o investimento (ROI).
Os principais indicadores de performance (KPIs) incluem a taxa de participação em treinamentos, que mede o percentual de funcionários que completam os treinamentos de segurança, e a taxa de conclusão de testes de conscientização, que avalia o percentual de funcionários que passam nos testes após os treinamentos. A redução no número de incidentes de segurança relatados ao longo do tempo é um indicador claro de melhoria.
A aderência às políticas de segurança, avaliada por resultados de auditorias internas, indica o quão bem os funcionários estão seguindo as diretrizes estabelecidas. Para fechar com chave de ouro, o engajamento em simulações de phishing, medido pelo percentual de funcionários que não caem nos ataques simulados, é um indicador importantíssimo para observar a evolução do programa.
Medidas simples, mas importantes!
Implementar um programa de conscientização é um investimento essencial para qualquer empresa que deseja proteger seus ativos de informação. Começar com políticas de segurança bem estruturadas, processos definidos e métricas claras para avaliar o engajamento são passos fundamentais para garantir o sucesso dessa iniciativa — dessa forma, fica mais fácil obter resultados satisfatórios.
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